Letizia Battaglia
Lettizia Battaglia nasceu em Palermo na Sicilia no ano de 1935. Em entrevistas afirma que não é uma fotógrafa, mas sim “uma pessoa que tira fotos”, pois considera o termo “fotógrafa” muito restritivo quando consideradas as diversas outras atividades que realizou durante sua vida. Dentre elas foi jornalista, editora, funcionária pública e atualmente se dedica a fotografar mulheres nuas de Palermo, respeitando seus corpos e ressaltando sua beleza, o que é de grande importância para a autoestima dessas pessoas. Teve seu trabalho fortemente ligado à sua cidade natal e ficou conhecida como “fotógrafa da máfia” por registrar os terríveis acontecimentos durante os anos 1970 em que a máfia dominava a região. Entretanto, ela afirma que não gosta dessa denominação, pois fotografou muito mais do que apenas a máfia, ela registrou os bairros pobres da cidade, a beleza, a riqueza, os comportamentos sociais e o amor. Um dos fatores que me chamou a atenção em Letizia foi o fato dela considerar a fotografia como uma forma de liberdade pessoal, porque ao longo da vida pertenceu aos seus pais ou ao seu marido, com quem e casou aos 16 anos, e, assim, não foi verdadeiramente livre até encontrar a fotografia. Isso permitiu que ela expressasse seu olhar e utilizasse as fotos como uma forma de denúncia social. Outro fator de considero interessante é o seu estilo fotográfico, uma vez que em muitas fotos ela se encontra praticamente dentro da cena, o que transmite uma maior dramaticidade e fez com que eu me sentisse no local onde a foto foi registrada, sendo capaz de sentir todo o sofrimento das famílias daquelas pessoas que foram assassinadas pela máfia. Além disso, ela afirma que opta pelo preto e branco pois jamais aceitaria o vermelho do sangue em suas fotos. Desse modo, Letizia produziu um acervo de fotos marcantes que emocionam o observador.
Assassinato de Piersanti Mattarella, 1980
Essa imagem mostra a violência da máfia no assassinato de Persanti Mattarella, o qual foi morto na frente da esposa e da filha. O enquadramento tão próximo, apesar de não mostrar o rosto da vítima, transmite uma grande dramaticidade.
Patrizia dá à luz a Marta, 1995
Nessa foto o nascimento da neta de Letizia representa uma esperança para o futuro após tantos registros de sangue.
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